Mar Negro como palco do contínuo expansionismo russo contra Ucrânia


Apesar da crise em Belarus, em que até agora a posição oficial russa se manifesta em apoio à última ditadura da Europa, a Federação da Rússia não deixa de tentativas de ocupar e anexar, de facto e de jure, outros países do espaço pós-soviético.

Militarismo crescente: o ano 2020 é marcado na Rússia pelo esforço militarista constante, que se manifesta, por exemplo, em organização de vários exercícios militares de larga escala, tais como “Kavkaz-2020 e “Zapad-2020” com uma clara índole ofensiva e não defensiva.
Rússia continua a mandar ao leste da Ucrânia ocupada as centenas de blindados e outros equipamentos militares pesados. O exército russo mantêm na Donbas ocupada dois corpos do exército com o número total de efetivos em mais de 35 mil pessoas. O próprio exército russo, aquartelado ao longo da fronteira estatal ucraniana é composto por cerca de 87-90 mil militares, 1100 blindados pesados, 2500 blindados leves, 30 aviões e 20 helicópteros de combate.
As formações separatistas do leste da Ucrânia recebem munições russas, inclusivamente de calibres proibidos pelos acordos de cessar-fogo “Minsk” e “Minsk-2”.

Uso de exercícios militares como plataforma de invasões contra países vizinhos: em 2008, antes de atacar Geórgia, a Rússia convocou os exercícios militares «Kavkaz-2008». Na invasão e ocupação da Geórgia, as tropas russas que alguns dias antes participaram nos exercícios militares, começaram a ofensiva real contra Geórgia. Ou seja, os exercícios militares foram lançados para iniciar um conflito, invadindo um país vizinho, tentando derrubar um governo soberano.

Operações psywar contra Ucrânia: Kremlin usa o tema da crise humanitária na Crimeia, em virtude da sua incapacidade real de fornecer à península ocupada com a quantidade necessária de água potável. A falta de água na Crimeia é um problema sério para Moscovo. Antes da invasão e da ocupação russa, a água ucraniana era usada para os fins da agricultura e indústrias, enquanto água potável era fornecida pelas fontes locais. De momento, a transferência das populações russas à Crimeia e aumento da atividade militar russa na península desequilibrou o balanço da oferte e procura de água na região.

Rússia procura e inventa os pretextos para invadir Ucrânia militarmente: a imprensa russa lançou os boatos reforçados pelos alegados imagens de satélite, que acusavam as Forças Armadas da Ucrânia (FAU) em interferências ativas no funcionamento dos sistemas de mísseis S-400 e «Pantsir-C», situados na Crimeia ocupada. A imprensa russa dissemina as ameaças de atacar e destruir a infraestrutura militar ucraniana, caso Ucrânia decidir «atacar a Crimeia». São clássicas ações de psywar e de operações psicológicas, dirigidas à própria população russa no intuito de legitimar os planos agressivos da liderança política russa em relação à Ucrânia.

A Rússia usa diversos ONGs governamentalmente organizados para desestabilizar a situação na Ucrânia: Kremlin tenta usar o dito «soft power» para ganhar o controlo ideológico na região de Kharkiv e sul da Urânia (regiões de Odesa, Kherson, Mykolaiv, Zaporizhia. Formando para isso os grupos de penetração e de sabotagem, renovando os contactos com “agentes adormecidos”, prepara reacender dos conflitos e renovando os slogans da transformação do sul da Ucrânia na separatista “Nova Rússia”.
Um dos casos mais recentes é a tentativa de criar uma organização de cossacos”, pesadamente influenciados pela ideologia do “mundo russo” e pela igreja ortodoxa russa (IOR). O líder do grupo, foi uma das figuras ativas na tentativa de lançar a rebelião separatista na região de Zaporizhia na primavera de 2014.

Possíveis provocações russas na região do Mar Negro: a armada russa do Mar Negro treina e estuda os planos de bloqueio da frota militar ucraniana em Odessa, também lançando o bloqueio total do Mar Azov. Os serviços secretos russos se preparam para organizar os “protestos populares” nas regiões russas próximas à Ucrânia. Não é de excluir a tentativa de abrir um corredor terrestre entre Donbas ocupada e a Crimeia ocupada.
Nos últimos 6 anos de ocupação militar da Crimeia, a Rússia colocou cerca de 30.000 homens na região, reforçou a armada russa por helicópteros de combate e bombardeiros estratégicos com a capacidade nuclear. Na Crimeia ocupada foram colocados os sistemas da defesa costeira «Bastion», mísseis «Iskander», sistemas da defesa aérea. Não existe nenhuma rasão plausível de usar todo este armamento para fins defensivos. Pelo contrário, todos estes meios são capazes de efetuar um ataque independente contra um país vizinho. Este país se chama Ucrânia.

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